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Negroni: O Coquetel que se tornou ícone mundial
Negroni: O Coquetel que se tornou ícone mundial

Negroni: O Coquetel que se tornou ícone mundial

A história de um dos coquetéis mais icônicos do mundo não começa com um plano elaborado, mas com um capricho de um nobre italiano. Em 1919, no efervescente Caffè Casoni (hoje Caffè Giacosa), em Florença, o conde Camillo Negroni era uma figura recorrente. Com sua vida boêmia e um espírito aventureiro, ele já havia viajado o mundo, inclusive explorando a América como vaqueiro, e buscava sempre novas emoções, até mesmo em sua bebida. Seu coquetel preferido, o Americano, feito com Campari, vermute tinto e água com gás, já não o satisfazia por completo. O conde queria mais, buscava algo que refletisse sua personalidade forte e seu apreço por sabores intensos.

O pedido inusitado e a genialidade do barman
Foi então que Camillo fez um pedido inusitado ao seu amigo e talentoso barman, Fosco Scarselli, para fortalecer o Americano. Em vez de simplesmente aumentar a dose de álcool, Scarselli teve uma ideia genial: substituir a água com gás, que suavizava a bebida, por uma dose de gim. O gim, com seus botânicos complexos e sua base seca, daria à bebida a potência e a complexidade que o conde desejava. Para marcar a diferença e evitar que a nova criação fosse confundida com o Americano, Scarselli adicionou uma rodela de laranja em vez da tradicional fatia de limão. Nascia ali, sem grande pompa, o coquetel Negroni.

O sucesso instantâneo e a consagração em Florença
A nova bebida foi um sucesso imediato entre a clientela do Caffè Casoni. A combinação do amargor do Campari, a doçura do vermute e a secura do gim se mostrou irresistivelmente equilibrada, sofisticada e com um caráter próprio. Não demorou para que os frequentadores começassem a pedir “um igual ao do Negroni”, cravando de vez o nome da bebida na história da coquetelaria. O Caffè Casoni, que hoje pertence à joalheria Roberto Cavalli, tornou-se o berço de uma lenda que se espalharia pelo mundo, levando consigo o espírito de ousadia de Camillo Negroni e a genialidade de Fosco Scarselli.

A Negroni Week é um evento global e beneficente que celebra o coquetel Negroni. Durante uma semana, bares e restaurantes em todo o mundo oferecem o drinque clássico e suas variações, destinando parte da receita para instituições de caridade. O evento, criado em 2013 pela revista Imbibe e pela Campari, une a paixão pela coquetelaria à solidariedade.

Além do Negroni: um legado de inovação
O legado do coquetel Negroni, no entanto, não se restringe à receita clássica. Sua popularidade inspirou inúmeras variações, como o famoso Negroni Sbagliato, criado por engano em Milão, onde o gin é substituído por espumante, tornando a bebida mais leve e refrescante. Outras releituras, como o White Negroni, também surgiram, mostrando a versatilidade da fórmula original. Hoje, o Negroni é uma instituição, um símbolo da cultura italiana e um clássico atemporal, apreciado por sua complexidade e elegância, e reverenciado a cada brinde que celebra a audácia de um conde e o talento de um barman.

Aristocrata, conde, aventureiro e cowboy
A figura do conde Camillo Negroni é tão colorida quanto a bebida que leva seu nome, e sua história de vida adiciona uma camada de mística à lenda do coquetel. Nascido em Florença, em 1868, ele pertencia à nobreza, mas a vida aristocrática tradicional não o cativava. Em vez de seguir os passos de seus antepassados, Camillo optou por uma existência mais aventurosa e dissoluta, que o levou a se envolver com dívidas e casos amorosos.

Hoje em dia, existem muitas maneiras diferentes de preparar um Negroni. O italiano Camillo Negroni (acima) provavelmente se inspirou para a receita básica em Nova York – onde descobriu a combinação de vermute e bitters.

Da Itália para a América
Em busca de fortuna ou, talvez, de um recomeço, Camillo deixou a Itália e rumou para os Estados Unidos, por volta de 1892. Segundo a lenda, foi na América que ele viveu seu lado mais “selvagem”. Embora a veracidade total das histórias seja incerta, conta-se que ele trabalhou como vaqueiro no Velho Oeste, jogou em cassinos de barcos fluviais e até deu aulas de esgrima em Nova York. Essas aventuras, típicas do “espírito do Oeste”, sem dúvida moldaram seu gosto por experiências fortes e marcantes, que mais tarde se refletiriam em sua preferência por um coquetel potente.

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