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Blog da Gabi ;)

Divagações, citações, fotos, livros e viagens. Amigos, família, planos, projetos, música. Opinião, conversa pra jogar fora, vontade de escrever.


6.2.07

O Livreiro de Cabul � retrato de uma realidade

No fim de semana, acabei de ler O Livreiro de Cabul, de �sne Seierstad � o primeiro da lista de livros para o semestre. Com toda uma veia jornal�stica na forma de escrever, ele mostra como acontecem coisas corriqueiras no dia-a-dia do Afeganistão, humanizando as hist�rias com seus personagens reais: não � um romance, são relatos muito bem contados.

Relatos reais e imparciais de pessoas diretamente ligadas a Sultan Khan, o tal livreiro de Cabul. � compreensóvel que ele tenha processado a autora: o homem se acha � frente de seu tempo por colecionar e defender seus livros, por achar que a hist�ria de seu povo est� ali, entre todos os livros que salvou ou copiou � mas não deixava seus filhos irem � escola para cuidarem de suas livrarias. Ler sobre você e se ver como um tirano deve ser muito dif�cil. E realmente ele � um afegão em todos os aspectos, principalmente no seu machismo. Sem que ningu�m da fam�lia possa contrari�-lo, nem percebe o mal que faz a todos. Acredito que lendo o livro, teve uma outra visão de si pr�prio.

Ao mesmo tempo, não � culpa dele: a religião (que ele não segue cegamente) e a cultura do pa�s o fizeram ser assim. Os acontecimentos no livro são logo ap�s a queda do Taliban e as mulheres ainda tinham medo de não usar a burca, por acharem que se tornariam impuras sendo vistas por outros homens. Os rapazes ainda t�m medo de terem pensamentos �sujosó com outras mulheres, o que também os torna impuros.


E ainda ficamos sabendo de hist�rias que nem são tão contadas por aqui: as burcas não surgiram do Alcorão � um sultão do comeão do sóculo passado que não queria que as 200 mulheres de seu har�m fossem vistas por todos, inventou burcas bordadas e enfeitadas para que elas usassem. A elite gostou e copiou. Os pobres acharam bonito se vestir como os ricos e também copiaram � e depois disso, o Taliban resolveu tornar obrigatério. Nos anos 70, os afegãos usavam roupas ocidentais e recebiam visitas de muitos turistas hippies (muito interessados no haxixe, diga-se de passagem).


O que mais choca são as �adaptaçõesó que acontecem por causa de uma cultura: como as mulheres viviam escondidas em suas burcas, dentro da casa de suas fam�lias, os jovens não t�m contatos antes do casamento (a não ser com as vi�vas que vendem seu corpo para sobreviver, j� que eram sustentadas pelos maridos). E por não terem como �namorar�, muitos procuram outros homens: o homossexualismo � muito difundido no sul do Afeganistão.


� uma boa forma de ter uma visão real (e triste) do que acontece por l�: eu recomendo!

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