Divagações, citações, fotos, livros e viagens.
Amigos, família, planos, projetos, música.
Opinião, conversa pra jogar fora, vontade de escrever.

30.9.24

Convido você a embarcar em uma viagem no tempo comigo!

Este blog reúne os textos que escrevi entre 2004 e 2010. É como abrir um diário pessoal e compartilhar com você meus pensamentos, sentimentos e percepções sobre o mundo naquela época.

Tenha em mente que as ideias e opiniões expressas aqui refletem um momento específico da minha vida e podem não corresponder exatamente ao que penso hoje. No entanto, acredito que essa jornada possa ser interessante para quem se interessa por como a minha visão de mundo evoluiu ao longo dos anos.

Ah, e para facilitar a sua leitura em qualquer dispositivo, atualizei todo o código-fonte do blog.

Atenção: As fotos presentes neste blog foram gentilmente cedidas pelos próprios fotografados, que assinaram um termo de autorização para o uso de suas imagens.

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Para inspirar

Tenho certas manias publicitárias. Entre elas, coleciono cartões postais de propaganda (aqueles que a gente encontra em bares e restaurantes): acho a maioria muito bem feitos e atraentes.

Entre meus preferidos, estão os da campanha do Johnnie Walker (nem sei se ainda tem. Os que tenho são bem antigos). Como não ando tendo "pauta" — na verdade, me falta inspiração — pra escrever por aqui, vou colocar dois deles para inspirar você e a mim, talvez:

E essa sou eu essa semana — meio de TPM, meio introspectiva, meio... sem inspiração:

(diretamente de minha GRANDE coleção particular de cartões postais publicitários, todos os meus sentimentos em imagens e frases roubadas!)

Amantes de bourbon, atenção! Preparei uma seleção incrível de bourbons do Tennessee e outros para você experimentar. Descubra novos sabores e aromas que vão te surpreender!
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30.1.07

Hoje é Dia Nacional dos Quadrinhos

Segundo material que recebi, hoje comemora-se a invenção dos gibis! Segue o release:

Apesar da Internet e de toda a tecnologia do século XXI, os quadrinhos, surgidos nos idos de 1890, permanecem atuais. Seja na publicação de tirinhas ou nos gibis, os quadrinhos são tão importantes que até merecem um dia especial: 30 de janeiro.

Qual a receita desse sucesso? O fato de serem facilmente, por seu tamanho e pelo tipo de papel atraentes ao leitor. Acrescente-se a isso o formato, que pode ser carregado em qualquer bolso e sem necessidade de cuidados extras, geralmente dispensados aos livros.

A tecnologia, que antigamente assustava os editores e quadrinistas, hoje é uma grande aliada. “Muitos editores temiam que o surgimento da máquina de xerox trouxesse prejuízos aos seus negócios. Isso não aconteceu”, diz David Fehrmann, coordenador do Ateliê de Produção do Gibi do Smilingüido e sua Turma.

Os motivos para a continuidade do sucesso dos quadrinhos são variados: vão desde a qualidade da produção ao profissionalismo, passando pela maior distribuição, segmentação, e, é claro, pela diversidade de gibis. O segredo de um bom quadrinho, além do personagem, está no roteiro, onde tudo começa. Depois do roteiro, vem o storyboard, layout, arte final, colorização e diagramação.

Desde 2002, são produzidas uma edição do gibi do Smilingüido e sua Turma por mês. São seis pessoas no processo de ilustração e 30 no de roteirização, a parte mais trabalhosa. A ilustração tem um cuidado diferente: o traço é manual, o que dá bem mais trabalho, mas facilita o fechamento de arquivos para gráfica e arquivos de bancos de imagem. O processo daí é escanear o traço feito a lápis e vetorizar manualmente por cima. A fase da colorização é trabalhada nos software Corel e Photoshop. Depois, o Corel é utilizado para a diagramação de cada quadro.

Meu comentário: existem várias outras formas de se produzir os gibis – essa é a do Smilingüido. Bem trabalhoso e artesanal! Gostei....

29.1.07

Visitas ilustríssimas!

Um alemão, um holandês, uma juíza, duas GRANDES amigas. Cachaça Gabriela reconhecida internacionalmente (literalmente, graças aos gringos!) como uma bebida de grande sabor! ;)

No fim de 2006, recebi a visita para o pessoal conhecer o engenho da cachaça e toda sua forma de produção. A foto só veio agora (então, publiquei!) e eu agradeço todos os dias por ter pessoas tão especiais na minha vida! Valeu, meninas! Amei a visita e espero vê-las de novo por aqui logo!

Se você não conhece, acesse: www.cachacagabriela.com.br

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26.1.07

Livros para ler

Dando minhas voltinhas pelas livrarias, me interesso por milhões de histórias e assuntos. Aí, depois de ver e anotar nomes e preços na livraria, fui até o Submarino, comparar preços e copiar as sinopses, pra não me esquecer. Li todas as abas, capas e contra-capas dos livros mas, minha memória é péssima!




Escrever o que vejo e o que quero, é uma necessidade! Essa listinha aí debaixo seria a minha meta de leitura para o primeiro semestre. Fica aí a sugestão:

O Livreiro de Cabul, Åsne Seierstad — Compre aqui na Amazon
A jornalista norueguesa viveu três meses em Cabul, com o livreiro Sultan Khan e sua família para escrever o que viu. A reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã, pelo que li, mostra que as mulheres continuam sofrendo, sem nem saber como seria viver em outra cultura.

Neve, Orphan Pamuk — Compre aqui na Amazon
Aprisionado pela neve em uma minúscula e remota cidade da Turquia, o poeta Ka se vê no epicentro de um microcosmo de conflitos raciais e religiosos do mundo muçulmano.

O Segredo do Anel: o Legado de Maria Madalena, Kathleen Mc Gowan — Compre aqui na Amazon
O livro é uma viagem de aventura, suspense e romantismo em que um anel enigmático é a chave para a descoberta de um segredo muito bem guardado por mais de 2.000 anos. Na onda de “O Código da Vinci”, é claro...

O Códex 632, José Rodrigues dos Santos — Compre aqui na Amazon
Um historiador português é contratado para investigar a verdadeira origem do navegador Cristóvão Colombo. Ao longo de suas pesquisas, ele se depara com uma série de descobertas surpreendentes: mensagens criptografadas, segredos e assassinatos, numa trama de tirar o fôlego.

Paixão Índia, Javier Moro — Compre aqui na Amazon
O livro conta a história de Anita Delgado, jovem bailarina andaluza que se transformou em princesa na Índia. Na Índia colonial do início do século XX, Anita e o rajá de Kapurthala viveram uma história de amor que provocou um inevitável choque cultural entre Oriente e Ocidente. As outras mulheres do marajá e seus súditos viam em Anita uma ameaça à tradição hindu. Apesar de estar cercada de vassalos e luxo, a jovem vivia na mais completa solidão. Javier Moro realizou pesquisas detalhadas, tanto na Europa quanto na Índia, para construir uma narrativa minuciosa sobre a relação entre o casal, que terminou como um dos maiores escândalos da Índia inglesa.

A Tenda Vermelha, Anita Diamant — Compre aqui na Amazon
Na Bíblia, as mulheres ocupam um lugar à sombra, por isso ficamos privados de sua sensibilidade na descrição dos acontecimentos. Numa narrativa envolvente, a autora resgata esse olhar feminino e dá vida às personagens bíblicas, recriando o ambiente em que viveram, seu cotidiano, suas provações e suas paixões. Filha de Jacó e Lia, Dinah - cuja trajetória é apenas sugerida no Livro do Gênese - é a figura central desta trama, que começa com a história das quatro esposas de Jacó, a quem ela chama de "mães": Lia, Raquel, Zilpah e Bilah.

O Tigre de Sharpe - vol. 1, Bernard Cornwell — Compre aqui na Amazon
— Primeiro volume de “As Aventuras de Sharpe”. Sucesso em todo o mundo, a série conta a história de Richard Sharpe, oficial do exército britânico nas batalhas napolêonicas do século XIX. Neste livro, Sharpe, recém-integrado às forças britâncias, segue pela Índia, onde ajudará a destronar um impiedoso sultão e seus aliados franceses.

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25.1.07

Até que enfim, o sol!

Depois de quase um mês de chuva, chuva e mais chuva, o sol volta a brilhar nesse Brasilzão (pelo menos aqui na minha região, né!?).

Como normalmente me acontece quando pego a estrada, penso muito: música boa, dia limpo, paisagem verdinha, boa companhia, me dão tempo pra refletir em muita coisa enquanto estou dirigindo.

Acabei por pensar em algumas coisas interessantes e fazer uma análise sobre meus últimos anos: minha vida já teve muitas tempestades, enchentes, transbordamentos. Mas o sol sempre voltou a brilhar, com sua bonança, depois que o pior passou.

Durante esse período de lágrimas, eu afoguei muita gente no meu desespero, a correnteza me fez tomar novos caminhos, eu tive que enxergar várias verdades contidas, que transbordaram na minha vida – não queria tomá-las como reais. Mas, na hora da enxurrada, não há quem segure a força das águas e da verdade.

E meu tempo fechado durou longamente: a garoinha constante não me deixava ver claramente, me sentia culpada, muitas vezes errada, completamente perdida. Depois, com o dilúvio que me aconteceu, não teve como não ver as coisas de outro ângulo. Afinal, eu já estava quase que sem nem minha cabeça pra fora, na enchente de verdades e mentiras que me assolou – e tudo veio de mim mesma, para mim mesma, eu assumo! Eu precisava pensar de outra maneira.

Eu tinha que tomar novos rumos, tocar a vida pra frente, me reencontrar em vários aspectos, voltar a dar minhas gargalhadas, ser eu mesma novamente. Meu sol chegou depois do susto, do desastre: ou eu aceitava as mudanças, ou eu continuaria me afogando devagar.

Das decisões que tomei, não sei o que está certo ou errado. Só o tempo dirá. Deixei muita coisa, muitas pessoas para trás e tenho certeza que vou me arrepender de alguns caminhos que tomei – nem tudo pode dar sempre certo.

Quem veio comigo, foi porque não desistiu de mim mesmo. Eu não batalhei por mais ninguém, eu não esperei por mais ninguém – eu lutei foi só por mim mesma, como tinha de ser, desde o princípio.

A vida me vem na medida que eu desejo e mereço: há quase um ano, meu sol brilha todos os dias. Novas portas, novos caminhos, novos sorrisos se abrem todos os dias. E eu estou feliz.

(Agora, eu tô precisando mesmo, é ir pra praiaaaa!!! Não sou muito fã desses momentos introspectivos, mas às vezes acontece... Prometo que não serão muitas vezes!)

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23.1.07

As livrarias do Rio de Janeiro

Perguntei a um carioca do que ele sente mais falta da cidade maravilhosa. Tinha certeza que seria o mar – porque onde vivemos, não o temos. E aqui faz um calor infernal...

Para minha surpresa e total rendição, ele me lembrou das livrarias do Rio de Janeiro. Realmente é outro tipo de concepção: as escolhas dos livros a serem expostos, o café convidativo, as leituras sem demora. Além de revistas, CDs – tudo que é realmente cultural – estarem lá. O layout é diferente, as escolhas são diferentes, o prazer em permanecer dentro de uma livraria como essa é diferente.

Nem mesmo São Paulo oferece essa qualidade: tem livrarias enormes, onde você encontra de tudo, mas falta-lhes o charme tão comum das livrarias do Rio. Tudo bem: eu não visitei todas as livrarias de São Paulo, eu não conheço todas as livrarias do Rio, pra poder generalizar, mas é um passeio que costumo fazer com todo o prazer e não há mesmo como fugir das comparações: as livrarias cariocas são menores, têm mais estantes de madeira, mais livros de fotografias, de arte, logo à mão.

Como nas livrarias que visitei em Paris: livros de arte para todos os gostos (e os livros lá são beeem mais baratos! Outro atrativo e tanto!) e também como as pequenas livrarias da Itália – em Verona, tenho certeza que era de propósito, as livrarias eram sempre ladeadas de cafés: um convite para ler um jornal e ali ficar por horas.

Brasileiro já não tem cultura de ler muito (o que é uma pena); nossos livros, nossas revistas são caros. E a Internet tornou tudo muito rápido: pequenas informações já são o suficiente (olha eu implicando com a tecnologia de novo...). As pessoas não têm tempo nem de pensar nas informações que estão digerindo – e pra falar a verdade, acho que nem querem.

Agora, imagine se – como no Rio, como em Paris –, pra gente também sempre fosse um prazer entrar numa livraria e descobrir coisas novas. Não só os livros que estão entre os mais vendidos na lista semanal da Veja. Pense bem: novas descobertas, novas viagens, novos pensamentos sem sair de um lugar aconchegante e com ar condicionado!

Ah! Que vontade de visitar de novo as livrarias do Rio, e de Paris, e de Verona, e de Tübingen.... Tenho sonhos de ter uma livraria como essas – e foi muita coincidência esse carioca me falar justo sobre uma das coisas que mais gosto!

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Minha ida à dentista

Sofrimento...
Essa é a palavra que uso sempre que penso que vou ter que mexer nos meus dentinhos. E eu fujo! Já fazia mais de 5 anos que não procurava "ajuda".
E como não podia deixar de ser, ontem eu sofri!
Mas, por causa de um motivo novo: minha nova dentista é ótima!
E tem uma cabeça e um papo melhor ainda!
Aí, a crise foi outra: eu sofri porque estava lá, de bocão aberto mas, sem poder falar nada!
E como eu gosto de falar "pouco", não conseguia ficar quieta!
É mole!?
Bem... Antes sofrer desse mal do que por causa de cáries...

21.1.07

Das muitas histórias em comum pra contar...


Marcelo, com um nome tão comum - Marcelo -, coleciona nomes esdrúxulos. Cada um tem sua história particular e dessa maneira, ele cria a magia de inventar um nome de rei: coloca todos juntos, reescreve sobrenomes, reorganiza ordens, relembra histórias de cada um.

Mas Marcelo, que coleciona tantos nomes e tantas histórias desses nomes, perde-se em contá-las e acaba por guardá-las para si mesmo - cada nome tem um motivo em ser mencionado: um amigo, um livro que leu, um conhecido com apelido, que esconde seu verdadeiro nome. Os nomes ficam ali, em seu blog para quem quiser ler, e ele incentiva a imaginação, perguntando a quem poderia se referir um nome tão composto como esse.

A referência será sempre para si mesmo. Suas vivências, seus nomes escolhidos pelas diferenças. Talvez seja também para explicar que não só ele tem um sobrenome diferente mas que não é difícil: Vesoloski precisa sempre ser soletrado. Enquanto que Marcelo é um nome muito comum para alguém que é tão importante na minha vida... Mas, divulgando e falando nomes diferentes, nós não o tornamos comuns? Talvez esse também seja o objetivo de Marcelo.

Marcelo é lindo! Não precisa de mais nada. Mas suas histórias sempre serão compartilhadas, se depender de mim! Conheça mais sobre ele e suas maluquices: www.vesoloski.eti.br/blog

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19.1.07

Um passeio por Amsterdam


Eu quase fui atropelada por uma bicicleta, eu vi muita gente grande, eu me apaixonei pelos canais e suas casas-barco. Visitei museus, a casa da Anne Frank (nossa... Não li o livro até hoje!) e matei a saudade de uma grande amiga que mora lá.

Mas, a viagem só sabe como foi quem foi...

E numa dessas andanças pelas ruas de Amsterdam, uma das minhas fotos preferidas: os pais andavam com a bicicleta a tira-colo (aí aparece só o pai mas, eles revezavam o "carregamento"), levando a filha na garupa. Na frente da bicicleta tinha uma cesta linda de vime mas, como a foto foi tirada às escondidas, sem pedir licença, o único detalhe que ficou foi mesmo o melhor: note a meia e os sapatos dessa menininha!

Europa é o máximo: cada um se veste e faz o que bem entende!
Queria ter fotografado a menina que passou numa lambreta vermelha, de roupa amarela! Mas, ela foi mais rápida que o meu gatilho fotográfico analógico...

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18.1.07

Maioria educada entre os usuários de celular do país!


Entre os mais de mil entrevistados da Primeira Pesquisa Revista Connect - IBOPE, 61% dos brasileiros desligam seus celulares no teatro, 64% no cinema, 60% na igreja/templo e 58% em reuniões de trabalho.

Nas salas de aula, esses índices caem para 46%. Na balada, os celulares permanecem ligados para, pelo menos, 67% dos pesquisados. Em casa, 65% das pessoas abordadas vão dormir com seus celulares funcionando normalmente e 85% dos entrevistados tomam banho com seus aparelhos ligados. E você? Está on ou off?!

A pesquisa – Com o objetivo de levantar hábitos, atitudes e comportamentos de uso de celulares no Brasil, a equipe do IBOPE Solution realizou, via internet, 1.022 entrevistas com leitores da revista e do Blog Connect e do site WNews, além de integrantes da própria base de dados do instituto de pesquisa. Do total de entrevistados, 92% integram as classes AB.

Com um target voltado a um pessoal muito vinculado à tecnologia, conectividade e mobilidade, surpreendeu a presença de pessoas com mais de 45 anos (23%). E surpreendente também é a importância do celular para os entrevistados: 91% o escolhem como o item mais importante para ter consigo.

A Revista – A Revista Connect, há um ano no Brasil, é a primeira publicação nacional especializada em telefonia celular e mobilidade no país. Editada mundialmente pela Motorpress, a publicação foi lançada em 1992 na Alemanha e também circula na Espanha, Portugal e Grécia. Em todos esses países, a Connect consolidou-se como revista líder e de referência para o tema tecnologia de comunicação e informação.

(Matéria só pra relembrar os velhos tempos em que eu era jornalista responsável de uma revista de telefonia celular – essa sim foi a primeira que eu tive conhecimento, mas realmente, nunca chegou nem perto de uma tiragem dessas e de um trabalho sério de investimento em conteúdo. E ainda ficou me devendo o último pagamento...)

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17.1.07

"Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples"

Na Revista Bravo deste mês a matéria de capa é sobre o relançamento dos livros de Manuel Bandeira, em comemoração aos 120 anos de seu nascimento. Além de suas poesias, a editora Cosac Naify vai mostrar uma face dele não tão conhecida: de crítico e cronista.

Gostei de ler um pouco mais sobre ele: me apaixonei por ele através de um livro infanto-juvenil que tive que ler pra escola. A Marca de Uma Lágrima foi um dos mais marcantes que já li até hoje (acho que se lesse hoje não seria tão bom mas, na época mexeu muito comigo - eu devia ter uns 13 anos) e pretendo ler mais de seus livros.

Para quem queria ser engenheiro como o pai e que largou os estudos quando soube que estava com tuberculose, Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho foi longe: tendo se tratado inclusive na Suíça, passado pela França, onde conheceu poetas, além dos que já tinha contatos por aqui (existem cartas trocadas entre ele e Drummond), ele é considerado até hoje um dos precursores do modernismo.

Uma poesia que todos conhecem ou já ouviram/leram algum pedacinho:

Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d`água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Isso me lembra infância, nos faz ter saudades e esperanças. Poesia é linda demais quando mexe com a gente! Coisas simples que muitas vezes a gente nem presta atenção e que fazem a diferença!

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Fotografias

Todo mundo gosta de foto: de ver o álbum de alguém, de sair na foto, de bancar o fotógrafo – ou até mesmo ser, ou profissional ou o oficial da turma, da família. O negócio é que fotos são e sempre serão formas de recordações, lembranças para o resto da vida de pessoas, viagens, festas, momentos sempre gostosos de serem lembrados. Afinal, a gente só lembra de máquina fotográfica se o lance for legal.

Agora, além da velha máquina familiar, aquela que crescemos vendo os mais velhos usarem, temos a máquina digital: criança de hoje em dia não pára até você “deixá-la ver” como ficou a foto. Quanta modernidade... Celulares também entraram na onda e estão se superando a cada lançamento, com alta resolução, zoom, sistema “anti-tremor”. E com toda essa tecnologia, a gente quase esquece do melhor: contar a história de cada foto tirada, guardar o momento de forma especial.

Sim, a comodidade digital também traz alguns empecilhos. Ou você carrega seu computador pra todo lado, ou você envia por email e não vê reações, não faz grandes explicações, nem conta toda aquela sua aventura ou ainda, você carrega sua máquina digital a tira-colo. Correndo o perigo de estar com o cartão de memória cheio, sem coragem de se desfazer de qualquer uma das fotos que você já tem ali, para registrar o momento de agora. Realmente, às vezes a modernidade não facilita.

O melhor a fazer sempre será ter o seu álbum, cheio de anotações, com todas as fotos em ordem cronológica e ainda guardar papéis de entradas em eventos, convites das festas que você foi, o guardanapo do bar que você foi com aquela galera que está ali na foto, olhando pra você. Os scrapbooks se tornaram febre: uma maneira mais “imagética” do que antigamente (nossa! Estou falando antigamente. Fiquei velha!) chamávamos de “fazer agenda”: eu recortava revistas, colava frases, fotos, o que tivesse a ver com o que se passava comigo naquele dia e escrevia... Escrevia todos os detalhes bobos que quando leio hoje, tenho que rir: mas foi daí que surgiu minha vontade de ser publicitária, de ser jornalista, de escrever... Hoje os scrapbooks me fariam assumir meu lado fotógrafa de vez – e acho que também seria uma boa.

O que me deixa triste é que com máquinas digitais, o contato com o papel, com a arte de fazer um álbum, de escolher as fotos que vão inteiras e aquelas que vamos recortar, aquele tempo só seu para criar algo com a sua cara, está acabando: coloca tudo no computador, arruma por pastinhas e esquece de mostrar para os amigos, de se divertir com as imagens.

Não venha me dizer que você tira as fotos em baixa resolução pra mandar por email para todo mundo. Mesmo que não vá revelar, todo mundo quer a melhor resolução – quem sabe um dia você resolve, né!? E depois, a maioria não tem a menor paciência de tratar imagem e nem mesmo de pedir ou pagar para alguém fazer isso. Comodidades nem sempre tão cômodas…

Eu gosto mesmo é do convencional: foto com filme para ser revelado. Será que fiquei quadrada? Ou é melhor dizer analógica?

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