Todo mundo gosta de foto: de ver o álbum de alguém, de sair na foto, de bancar o fotógrafo – ou até mesmo ser, ou profissional ou o oficial da turma, da família. O negócio é que fotos são e sempre serão formas de recordações, lembranças para o resto da vida de pessoas, viagens, festas, momentos sempre gostosos de serem lembrados. Afinal, a gente só lembra de máquina fotográfica se o lance for legal.
Agora, além da velha máquina familiar, aquela que crescemos vendo os mais velhos usarem, temos a máquina digital: criança de hoje em dia não pára até você “deixá-la ver” como ficou a foto. Quanta modernidade... Celulares também entraram na onda e estão se superando a cada lançamento, com alta resolução, zoom, sistema “anti-tremor”. E com toda essa tecnologia, a gente quase esquece do melhor: contar a história de cada foto tirada, guardar o momento de forma especial.
Sim, a comodidade digital também traz alguns empecilhos. Ou você carrega seu computador pra todo lado, ou você envia por email e não vê reações, não faz grandes explicações, nem conta toda aquela sua aventura ou ainda, você carrega sua máquina digital a tira-colo. Correndo o perigo de estar com o cartão de memória cheio, sem coragem de se desfazer de qualquer uma das fotos que você já tem ali, para registrar o momento de agora. Realmente, às vezes a modernidade não facilita.
O melhor a fazer sempre será ter o seu álbum, cheio de anotações, com todas as fotos em ordem cronológica e ainda guardar papéis de entradas em eventos, convites das festas que você foi, o guardanapo do bar que você foi com aquela galera que está ali na foto, olhando pra você. Os scrapbooks se tornaram febre: uma maneira mais “imagética” do que antigamente (nossa! Estou falando antigamente. Fiquei velha!) chamávamos de “fazer agenda”: eu recortava revistas, colava frases, fotos, o que tivesse a ver com o que se passava comigo naquele dia e escrevia... Escrevia todos os detalhes bobos que quando leio hoje, tenho que rir: mas foi daí que surgiu minha vontade de ser publicitária, de ser jornalista, de escrever... Hoje os scrapbooks me fariam assumir meu lado fotógrafa de vez – e acho que também seria uma boa.
O que me deixa triste é que com máquinas digitais, o contato com o papel, com a arte de fazer um álbum, de escolher as fotos que vão inteiras e aquelas que vamos recortar, aquele tempo só seu para criar algo com a sua cara, está acabando: coloca tudo no computador, arruma por pastinhas e esquece de mostrar para os amigos, de se divertir com as imagens.
Não venha me dizer que você tira as fotos em baixa resolução pra mandar por email para todo mundo. Mesmo que não vá revelar, todo mundo quer a melhor resolução – quem sabe um dia você resolve, né!? E depois, a maioria não tem a menor paciência de tratar imagem e nem mesmo de pedir ou pagar para alguém fazer isso. Comodidades nem sempre tão cômodas…
Eu gosto mesmo é do convencional: foto com filme para ser revelado. Será que fiquei quadrada? Ou é melhor dizer analógica?
Marcadores: Conteúdo é tudo, Divagações