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Blog da Gabi ;)

Divagações, citações, fotos, livros e viagens. Amigos, família, planos, projetos, música. Opinião, conversa pra jogar fora, vontade de escrever.


15.7.08

Uma questão de gosto

A InBev, cervejaria belgo-brasileira, acabou de comprar a americana Anheuser-Busch, propriet�ria da marca Budweiser. Assim, a empresa que tem brasileiros no seu comando, se torna a principal e maior cervejaria do mundo. Que orgulho para nosso pa�s, não!?

O que andei lendo � que o propriet�rio � bem firme em seus neg�cios. Jorge Paulo Lemann, ex-tenista radicado na Su��a, comprou a Cervejaria Brahma em 1989. A primeira grande fusão com a Companhia Antarctica Paulista, dando origem � AmBev, e depois com a belga Inbrew, em 2004, fez dele um dos controladores da cervejaria "que hoje opera com a maior margem de lucros da ind�stria", diz o jornal Guardian. (Leia aqui a "Mem�ria Viva"da Brahma e da Antarctica desde que surgiram. O m�ximo: antes de se unirem, brigaram por um sóculo inteiro!)

"Ao se fundir com a Inbrew, cuja origem remonta a 1366, Lemann e seus associados, assim como três fam�lias aristocr�ticas belgas, contam com o mesmo n�mero de assentos na diretoria, num acordo que ficou conhecido como uma fusão de iguais. Desde então, com seu protegido Carlos Brito como presidente, a Inbev persegue a todo custo uma agenda de corte de gastos e hoje abocanha os maiores lucros da ind�stria", diz o jornal.

ãos belgas nunca viram tantos lucros em suas cervejarias. Quando os brasileiros come�aram a trabalhar com eles, estudaram e decidiram quais eram as cervejarias que realmente davam lucro e quais deveriam ser mantidas. Um neg�cio extremamente profissional�, nos disse um amigo que trabalha no ramo e conhece o mercado de cervejas.

O New York Times levanta suspeitas sobre os planos da nova mega-empresa em expandir as vendas da Budweiser, a cerveja mais popular dos Estados Unidos. Para n�s, brasileiros, o que isso tudo significa? Mais marcas de cerveja nas lojas especializadas e também nas g�ndolas de supermercados. Mas eu, particularmente, não sei até que ponto essa fusão ser� interessante para n�s, consumidores. Por qu�?

Por causa da banalização do produto. � bom ter v�rias opções. Adoro cerveja e não vou perder a oportunidade de experimentar o que for novo. Mas eu sei bem a diferen�a que foi tomar minha primeira Stella Artois em Amsterdam e depois tentar rememorar aquele sabor no Bar Brahma em São Paulo � quando ela ainda era novidade por aqui. A Quilmes que eu degustei em Buenos Aires não combina com a Quilmes daqui. Aconteceu que, nas duas vezes, as cervejas não eram as mesmas � e não venha me dizer que � porque o clima era outro, porque eu estava em outro pa�s ou coisa do tipo.

O que eu percebo (note bem: posso estar enganada e esta ser somente minha percepção. Mas eu tenho direito de expressó-la. Quero discussóes acaloradas, mas sem brigar com ningu�m, hein!? Opinião de consumidora constante!) � que as cervejas que v�m de fora atrav�s de empresas como a InBev (que acaba por produzi-las aqui) são �adaptadasó ao gosto do brasileiro, acostumado a tomar pilsen, pilsen e pilsen.

Eu não sei o porqu� dessa mania de achar que as pessoas não podem gostar de gostos diferentes. E a verdade � que gostam. Porque � exatamente isso: diferente do que a gente tem. E que acaba por se harmonizar com muito mais possibilidades de degustação (de comidinhas, de aperitivos) do que somente a cerveja pilsen.

A gente tem o costume de tomar a cerveja bem gelada � daquele jeito em que o sabor e o amargor dela � praticamente escondido pela sensação de refresc�ncia. Isso � gostar de ser enganado. Est� certo: a nossa cerveja � feita pra ser tomada bem gelada mas, não � interessante perceber o malte mais ou menos tostado em cada marca de cerveja? não � interessante saber que a fermentação � feita dessa ou daquela maneira? Mais ainda: saber que a produção segue a Lei da Pureza Alem�, de não sei quantos sóculos atrês e que d� certo até hoje?

O produto tem que ter hist�ria pra ser contada. � tão bom conhecer o que se est� experimentado. E mais do que isso: � sempre uma boa conversa de bar!

As cervejas importadas, as cervejas artesanais. As lagers, as ales, as pilsens, as stouts, as weissen, as barley wines, as bitter ales merecem nossa aprovação também (leia sobre cada tipo aqui). T�m mais valor agregado porque t�m também mais carinho em sua produção e porque cada uma � única em sua fermentação e toda sua composição. Nossas cervejas gourmets também são um charme e uma del�cia: as microcervejarias v�m dando um show e sendo compradas pelas grandes � eu só espero que essas também não sejam massificadas.

Anyway, estou disposta a discutir todas essas quest�es importantíssimas para nossa sobreviv�ncia � numa mesa de bar, � claro! ;)

(Com informações da Folha Online)

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