Uvas no quintal

Margarida � uma pessoa que tem mãos para plantar. Foi ela quem pegou um pauzinho seco de nossa antiga parreira e "enfiou" na terra. Deste pauzinho seco, fez-se uma nova muda e voltamos a ter uma parreira de uvas em nosso quintal. Agora, elas estão assim, verdinhas ainda. Mas como tem muita gente que passa daqui pra l�, de l� pra c� no nosso quintal, estamos de olho para que elas consigam ficar maduras antes que algu�m "bique".

Vendo como a parreira est� ficando bonita, lembrei-me da f�bula de Esopo e, para ilustrar o que � comum dentre muitas pessoas, vou reproduz�-la aqui (retirado do magn�fico e raríssimo livro de minha mãe � "F�bulas de La Fontaine" �foi ele quem reescreveu muitas das f�bulas de Esopo):

A Raposa e as Uvas

"Certa raposa, quase morta de fome, viu, no alto de uma parreira, umas uvas que pareciam maduras. De bom grado as comeria, mas, como não podia alcan��-las, disse:
� Estão verdes, não prestam, só os c�es as podem tragar!
Eis, por�m, que cai uma folha. Pensando que era uma uva, mais do que depressa volta o focinho.
E quantos são assim na vida: desprezam, desvalorizam o que não podem conseguir. Mas basta uma pequena esperan�a, uma m�nima possibilidade para que virem, como a raposa, o focinho. Olham � volta, que v�s os encontrareis em grande quantidade."