Blog da Gabi ;)

Divagações, citações, fotos, livros e viagens.
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Opinião, conversa pra jogar fora, vontade de escrever.

Emoório Biergarten: Cultivando Prazeres

24.3.10

Palavras para se ter em mente



Esse vídeo fez parte da época de nossa faculdade. Lembro perfeitamente daquele bem estar que causou, aquele ânimo de saber que tínhamos a vida inteira pela frente. E eu acredito que ainda temos.

Encontrei o texto original numa revista Seleções antiga e achei legal saber de onde ele veio. Até então era só um vídeo da melhor época da minha vida. Agora, ele tem uma explicação. E continua lindo! Veja só e inspire-se:


"Conselhos de uma palestra que nunca foi feita
(Por Mary Schmich)


A coluna de jornal a seguir, escrita por Mary Schmich no Chicago Tribune em junho de 1997, circulou depois na Internet. Na época, o texto foi atribuído ao escritor Kurt Vonnegut. "Ficaria orgulhoso se essas palavras fossem minhas", disse Vonnegut deleitado.

Para aqueles que estão se formando - ou simplesmente precisam de um lembrete amigo sobre o que é importante na vida - aqui vão as palavras sábias de Schmich.

SENHORAS E SENHORES: Usem protetor solar.
Se eu pudesse dar somente uma sugestão para o futuro, seria a do protetor solar. Os benefícios a longo prazo do uso de protetor foram comprovados pelos cientistas, enquanto o restante de meus conselhos não se baseia em nada mais confiável do que minha própria experiência. Aqui vão eles:
Aproveite a força e a beleza de sua juventude. Ah, esqueça. Você nunca vai compreender a força e a beleza de sua juventude até que elas desapareçam. Mas, acredite em mim, em 20 anos vai rever fotos suas e lembrar como tinha uma aparência realmente maravilhosa. Você não é tão gordo quanto imagina.
Não se preocupe com o futuro. Ou se preocupe, mas saiba que se preocupar é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de Álgebra por meio da mastigação de chicletes. Os verdadeiros problemas podem pegá-lo de surpresa às quatro da tarde de uma terça-feira de folga.
Faça diariamente algo que tenha medo.
Cante.
Não seja descuidado com os sentimentos de outras pessoas. Não se ligue a pessoas que são descuidadas com os seus.
Use fio dental.
Lembre-se dos elogios e esqueça os insultos.
Guarde velhas cartas de amor. Jogue fora velhos extratos bancários.
Espreguice-se.
Não se sinta culpado se não sabe o que quer fazer da vida. Algumas das pessoas de 40 anos mais interessantes que conheço ainda não sabem o que querem fazer da sua.
Trate bem dos joelhos. Você vai sentir falta quando não puder mais contar com eles.
Talvez você se case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos 40 anos, talvez dance funk em seu 75º aniversário de casamento. Aconteça o que acontecer, não se congratule ou recrimine demais. Suas escolhas têm 50% de chance, como as de todas as pessoas.
Dance.
Leia as instruções, mesmo que não as siga. Não leia revistas de beleza. Vão apenas fazê-lo sentir-se feio.
Conheça bem seus pais. Nunca se sabe quando eles vão partir.
Seja amável com seus irmãos. Eles são o melhor dos elos com seu passado e as pessoas que provavelmente ficarão ligadas a você.
Compreenda que os amigos vêm e vão, mas que com alguns poucos, mais valiosos, você deve ficar. Quanto mais velho, mais vai precisar de pessoas que o conheceram na juventude.
Viaje.
Aceite essas verdades básicas: os preços vão subir. Os políticos vão prevaricar. Você também vai ficar velho. E vai fantasiar que, quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram nobres e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
Não espere que alguém vá sustentá-lo. Talvez você tenha um bom patrimônio. Talvez tenha um cônjuge abastado. Mas nunca se sabe quando um deles vai desaparecer. Não mude o cabelo o tempo todo ou, quando tiver 40 anos, parecerá ter 85.
Tome cuidado com os conselhos que acata, porém seja paciente com aqueles que os dão. Aconselhar é uma forma de nostalgia. Dar conselhos é como pescar o passado do lixo, espaná-lo e o reciclar.
Mas confie no que eu disse sobre protetores solares.
"

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Emoório Biergarten: Cultivando Prazeres

19.9.09

Lista de prioridades

"Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro chegou aos 90 em agosto, então aqui está a coluna mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para descordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.
9. Poupe para aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe: Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante, depois deixe-se levar pela maré.
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.
26. Encare cada chamado "desastre" com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Indepedentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo o que você fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa de morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogassemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como vc se sinta. Levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente!!!"

Escrito por Regina Brett, 90 anos.

Recebi da querida Keyrina, por email. Adorei e publiquei! ;)

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Emoório Biergarten: Cultivando Prazeres

20.5.09

Ela tem 120 anos

E continua linda de morrer!

Ontem foi aniversário dela e infelizmente, não pude estar presente nas comemorações.

Mas fica meu amor aqui e a vontade de revê-la.

Torre Eifel, eu ainda vou te apresentar minha mãe!

Je t´aime!

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Emoório Biergarten: Cultivando Prazeres

2.1.09

"O que uns olhos têm que outros não têm? O que um sorriso tem que outros não têm?"

Diz o personagem Paulo, interpretado por Paulo José, no filme Todas as Mulheres do Mundo, quando vê a personagem Maria Alice, de Leila Diniz, na primeira cena do filme, saindo do mar com seu sorriso que marcou época.

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23.8.08

Procura da Poesia

Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

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6.8.08

N'est pas facile



Trailes do filme que conta a história da mocinha Branca de Neve após o casamento com o príncipe que a ressuscitou com um beijo. Mas parece que as coisas entre o casal não vão tão bem como diz o tal "felizes para sempre".

J'aime le sarcasme français.

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4.8.08

Dançar pra espairecer!

O que eu queria mesmo era me esbaldar numa gafieira, pôr todos os meus demônios pra fora dançando muito, me divertindo mais ainda, admirando aqueles maravilhosos dançarinos que temos no Brasil.

Participar de um desses bailes do Rio de Janeiro, como os que a Orquestra Imperial faz: tem gente boa demais cantando samba, MPB, aquelas músicas deliciosas de salão — todo aquele tipo de música "de raiz", do Brasil.

Como, por enquanto, eles não vêm pra cá, vamos ouvindo suas músicas aqui. DIVINAS! Conheça mais dessa turma ótima, aqui.

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8.7.08

Como se nada fosse


A partir desta quarta-feira, 9, será possível escutar na íntegra o novo CD de Carla Bruni através de seu site oficial. O lançamento do disco está marcado para a próxima sexta, mas poderá ser ouvido na internet até 21 de julho.

Será que ela vai cantar em francês (tomara!) ou em inglês? De qualquer forma, vai ser uma delícia ouvi-la cantar — como sempre!

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22.6.08

A cor amarela



Caetano Veloso está com um novo projeto em andamento: "Obra em Progresso" são shows semanais no Rio de Janeiro, onde toca músicas já conhecidas e pelo menos 6 inéditas (dentre elas, "A cor amarela"), junto com Pedro Sá, guitarrista; Marcelo Callado, baterista; e Ricardo Dias Gomes, baixista.

A banda se formou quando Caetano gravou o CD Cê e por isso, a intitula "Banda Cê". Ele diz que seu sucesso com sons atuais se deve muito aos músicos que o acompanham, jovens e atuais — em sintonia com que o público antenado de hoje em dia quer ouvir.

No projeto, Caetano comenta sobre temas atuais, conversa com o público e canta músicas antigas suas que façam referência aos temas. Além disso, tocam as novas músicas e que provavelmente estarão em seu novo CD. O intuito aqui é que o público conheça as músicas antes mesmo de lançar o CD. A idéia é boa e completamente relativa à divulgação via internet. Eu estou fazendo minha parte, porque adorei! ;)

Para ler mais, clique aqui!

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19.5.08

"Viver ou morrer é o de menos
A vida inteira pode ser qualquer momento
Ser feliz ou não, questão de talento."

(Leve, de Iara Rennó e Alice Ruiz, cantada por Ney Matogrosso em seu novo espetáculo Inclassíficáveis)

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17.4.08

Crônica de Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem. Caso contrário, os honestos, os simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão.

O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não me pergunte. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes os irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: Eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!

Roberto Freire

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31.3.08

O amor

Um dia, quem sabe,
Ela que também gostava de bichos,
apareça numa alameda do zoo,
sorridente,
tal como agora está no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela, que por certo, hão de ressuscitá-la
Vosso Trigésimo século ultrapassará o exame de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então, de todo amor não terminado
seremos pagos em enumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo cotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim que me cabe!

Para que o amor não seja mais escravos de casamentos,
concupiscência, salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o universo;
a mãe,
pelo menos a terra.

Vladimir Mayakovsky, 1923

(Copiei daqui - um blog mais do que lindo!)

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23.3.08

Oração de Chico Xavier

Que eu continue a acreditar no outro mesmo sabendo de alguns valores tão esquisitos que permeiam o mundo;
Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre;
Que eu continue com a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida;
Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos(as), mesmo sabendo que com as voltas do mundo, eles(as) vão indo embora de nossas vidas;
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda;

Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho;
Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amar não é sentimento de posse, é sentimento de doação;
Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo, escurecem meus olhos;
Que eu retroalimente minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria;

Que eu atenda sempre mais à minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico possuo;
Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses;
Que eu não perca o meu forte abraço, e o distribua sempre;
Que eu perpetue a beleza e o brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos;
Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter sua harmonia;
Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena;

E, acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós!
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

Chico Xavier

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1.3.08

Conselho

Fale de seus sentimentos, tome decisão, se alimente corretamente...

Se não quiser adoecer - "Tome decisão".
A pessoa indecisa pernamenece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções".
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências".
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc, está acumulando toneladas de peso. Uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparência e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se".
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser você mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie".
Quem não confia não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste".
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

Dr. Dráuzio Varela

(E eu preciso aprender MUITO na vida ainda...)

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4.2.08

Cadê o carnaval?

Quem te viu, quem te vê
Chico Buarque/1966

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

Quando o samba começava, você era a mais brilhante
E se a gente se cansava, você só seguia adiante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

O meu samba se marcava na cadência dos seus passos
O meu sono se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade, por favor não dê na vista
Bate palmas com vontade, faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

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20.1.08

Recorte

"Você se lembra de quando descobriu que a amava?", pergunto antes de me despedir. "Não... Na verdade, não houve um momento xis, uma epifania. Nossa relação não possui uma origem, como algo que contivesse tudo que veio depois. Sandra pertence à ordem do tempo, dura comigo no tempo. Por que é ela? Porque foi sendo. O amor é um negócio muito arbitrário. Não existe aquilo de 'fulano nasceu para beltrana'. O amor, às vezes, é apenas um disparate."

(Trecho de entrevista de Nuno Ramos, um dos mais criativos e irriquietos artistas brasileiros, pintor, escultor, desenhista, compositor e escritor, concedida a Armando Antenore, sobre sua mulher, na Revista Bravo, edição janeiro/2008.)

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21.12.07

Eu amo Van Gogh!

Ao lado da prefeitura de Amsterdam, na Waterlooplein, há um Mercado de Pulgas, onde você encontra de tudo um pouco: roupas usadas, acessórios para bicicletas, roupas militares antigas, aparelhos eletrônicos (roubados?), maconha e seus derivados, chapéus, artesanato, arte... Dentre as várias banquinhas, nos deparamos com esta que vende camisetas, batas, regatas tendo como estampas obras de arte. Fiquei alucinada! L I N D A S!!! (E novas!)

Como não podia deixar de ser, depois de ter visitado o Museu de Van Gogh e sendo sempre apaixonada por ele, comprei a camiseta com minha pintura preferida — que já pulou em minhas mãos mais de uma vez, nos acasos da vida. Na época da faculdade, nas aulas de arte, já fiz uma "cópia", com minhas próprias mãos e capacidade artísitica da pintura (graças a Deus ele se perdeu por algum lugar desconhecido, já que não era de grande qualidade...). Veja qual é:


A pintura de óleo sobre tela, Íris, feita em maio de 1889, em Saint-Rémy - França, quando Van Gogh estava no sanatório. Um pouco de sua história, traduzida daqui:

Em maio de 1889, depois de episódios de auto-mutilação e hospitalizações, Vincent van Gogh escolheu exilar-se num "asilo" em Saint-Rémy, na França. Lá, no último ano antes de sua morte, ele produziu cerca de 130 pinturas. Na primeira semana, ele começou com Irises (Íris — que em tradução ao pé da letra, quer dizer Diafragmas, além de Íris, a flor), tendo como inspiração a natureza do jardim do asilo. A composição recortada, dividida em grandes áreas de cores vívidas, com monumentais flores de íris transbordando os limites do quadro, foi provavelmente influenciada pela decoração padronizada das impressões japonesas feitas em madeira.

Não há desenhos conhecidos feitos para essa pintura; o próprio Van Gogh considerou a pintura um estudo. Seu irmão, Theo, rapidamente reconheceu a qualidade da arte e a apresentou no Salon des Indépendants, em setembro de 1889. Da exposição, ele escreveu a Vincent: "[A pintura] atinge o olhar de longe. Trata-se de um belo estudo cheio de ar e de vida".

Cada uma das pinturas de Van Gogh com flores de íris é única. Ele estudou cuidadosamente os seus movimentos e formas para criar uma grande variedade de silhuetas curvas, delimitadas pelas linhas onduladas, torcidas e curvas. O primeiro proprietário da pintura, o crítico de arte francês Octave Mirbeau, também um dos primeiros defensores de Van Gogh, escreveu: "Como ele compreendeu bem a natureza delicada das flores!"

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10.12.07

Cartão de Boas Festas

Começam a chegar os cartões de fim de ano.
Então, vamos entrar no clima, copiando o que recebi em num cartão:



"Se for pra esquentar, que seja o sol;
Se for pra enganar, que seja o estômago;
Se for pra chorar, que seja de alegria;
Se for pra mentir, que seja a idade;
Se for pra roubar, que roube um beijo;
Se for pra perder, que seja o medo;
Se for pra cair, que seja na gandaia;
Se existir guerra, que seja de travesseiros;
Se existir fome, que seja de amor;
Se for pra ser feliz, que seja o tempo todo!"

Mario Quintana

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1.12.07

Ai, ai...

Diana Krall no parque Villa-Lobos

A pianista e cantora Diana Krall, considerada uma das mais importantes referências do jazz moderno, vai realizar um show gratuito neste domingo no parque Villa-Lobos, em São Paulo, a partir das 10 horas da manhã. A canadense é a principal atração do Telefônica Open Jazz, sendo que a Banda Mantiqueira e a Traditional Jazz Band farão a abertura do evento.
A iniciativa pretende popularizar o jazz, gênero musical pouco difundido entre os brasileiros. A idéia é proporcionar entretenimento diferenciado e de qualidade, com entrada gratuita.

Serviço
Data: 02.12, a partir das 10h
Local: Parque Villa-Lobos, em São Paulo (entrada franca) - Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 2001

Abertura do parque: 7h
:: Recomenda-se levar lanche, água e protetor solar;
:: É proibido o consumo de bebida alcoólica dentro do parque;
:: Estacionamento: Bolsões de estacionamento do parque e ruas ao redor onde o estacionamento é liberado.

Como eu — e grande parte dos mortais que gostam desta mocinha
não estarei em São Paulo amanhã para vê-la, vou só deixar um sonzinho show de bola da mulher que é um arraso no piano e na voz do jazz, para o nosso fim-de-semana!

Se tiver a oportunidade, vá! Não podemos esquecer que o Parque Villa Lobos em si já vale o passeio! Ouvindo jazz então... ;)


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8.11.07

Torne-se exemplo da anormalidade!

Via email, recebi da tia Kika o ótimo texto abaixo e confesso: a mediocridade pra mim, é se tornar normal — viver dentro de normas e regras que você mesmo se impõe e através delas, ter a capacidade de perder seu precioso tempo a julgar os outros.

Vá viver! Fuja da normose! Quebre suas regras!
Ser igual a todo mundo é uma chatice...

Concorde comigo e com Marta Medeiros:

NORMOSE

Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito “normal” é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.

Quem não se “normaliza“ acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha “presença“ através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu “normal“ e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

Martha Medeiros
05.08.07
Jornal Zero Hora - Porto Alegre - RS

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4.11.07

Você é elegante?

Talvez o texto ajude a fazer você começar sua semana de uma forma diferente, com outros olhos:

A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples 'obrigado' diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer. Porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens. Abrir a porta para alguém é muito elegante. Dar o lugar para alguém sentar é muito elegante.

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma. Oferecer ajuda é muito elegante. Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social.

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

(Adaptação de trecho do livro "Educação Enferruja por Falta de Uso" do pintor pós-impressionista francês Toulouse-Lautrec - 1864-1901)

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10.8.07

Miss Saigon: um musical de proporções reais

Quarta-feira, dia 8, fomos assistir ao musical Miss Saigon, no Teatro Abril, em São Paulo. O espetáculo conta com aproximadamente 18 músicos e 40 atores/cantores/bailarinos e é lindo: uma mistura de “teatro de revista”, com humor, com drama e muito bem estruturado.

Além do show que todos os atores/cantores/bailarinos dão, há ainda o cenário magnífico a ser notado. Casas de bambu, telhados de zinco, bicicletas e lanternas, árvores e néons de bordel. O cenário é mutante, usando praticamente sempre as mesmas estruturas, que iluminadas de maneiras diferentes, dão sentidos completamente diferentes a cada cena, a cada espaço.


Segundo a sinopse do espetáculo, é sexta-feira à noite em Saigon, instantes antes da queda da cidade e da retirada das últimas tropas americanas do Vietnã. Estamos em abril de 1975. É nesse lugar, à beira da derrota militar e conseqüente retirada americana, que um recruta americano, Chris, se apaixona por uma jovem vietnamita, Kim. Os dois vivem uma espécie de amor sem barreiras. Ela começava a trabalhar no bordel do “Engenheiro” (este sim valeu o espetáculo: fazendo o tipo de deboche, cantou, dançou, atuou e conquistou a todos que o viram em cena — o melhor artista dentre todos no palco). Lá, sempre tentava-se eleger uma “Miss Saigon”, que conseguiria ir embora do Vietnã com um dos soldados americanos, freqüentadores do lugar: realidade impossível.


Chris demonstra o que é ser o americano perfeito: tem princípios, se preocupa com Kim, tem consciência (exatamente o que o Tio Sam sempre quer vender pra gente). As juras são de união eterna, até o dia em que a embaixada americana em Saigon é invadida por tropas vietnamitas e todos os soldados são evacuados pelo telhado, em helicópteros (cena fantástica: com o uso de um telão e um som praticamente ensurdecedor das hélices de um helicóptero, parece que este está realmente dentro do teatro).

Desesperado, Chris é forçado se separar de sua amada — ele a procura e como não encontra, volta para casa. Simples assim: ele se casa com outra e continua sonhando com Kim. Sejamos irônicos: que difícil pra ele voltar a encontrá-la, não!? Isso mostra claramente o egoísmo dos americanos. A cena em que usam o telão para mostrar as milhares de crianças que nasceram depois do fim da guerra, filhas de soldados, é de arrepiar.

Além de um espetáculo fabuloso, a história, baseada em fatos reais e inspirada na ópera Madame Butterfly, é de chorar: Chris não sabe que deixou Kim grávida e esperando-o para o resto da vida. Quando descobre sobre a criança, volta ao Vietnã (vê como seria difícil voltar a procurá-la?). Eles não chegam a se encontrar: Kim toma uma decisão trágica para convencê-lo a levar o filho embora para os Estados Unidos.


O musical —
Miss Saigon, um dos musicais mais bem-sucedidos do mundo, já foi encenado em 12 línguas diferentes e visto por mais de 33 milhões de pessoas em 25 países. É um dos musicais mais premiados da história: dez Tony Awards, entre os quais Melhor Musical, Melhor Direção de um Musical, Melhor Coreografia, entre outros. Ganhou também quatro prêmios Drama Desk e um Theatre World Award. Depois de mais de uma década em cartaz no West Wend e na Broadway, os brasileiros agora têm a chance de conhecer uma das maiores histórias de amor e luta de todos os tempos.

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16.7.07

A idade de ser feliz

Mário Quintana

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores, sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta, que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.

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10.7.07

Vox Animalorum

(Roberto Pompeu de Toledo)

Em palpos de aranha, já farto,
ouvindo cobras e lagartos,
engulo sapos, dois a dois,
ponho o carro à frente dos bois,
tento, numa só cajadada,
pegar dois coelhos — que nada;
tropeço, insisto, arrasto as mágoas
... e dou com os burros n’água.

No mato, para onde corro,

percebo que estou sem cachorro.
Gato escaldado, mesmo fraco,
prossigo, e ao dar com os macacos

ordeno: “Cada um no seu galho!” —
mas se juntam e me avacalho.

Encaro a cobra e mato — mas qual!
... esqueço de mostrar o pau.

Agora chove, e é em vão que falo:
“Por favor, tirem o cavalo”.
Aceito o abraço do urso, vacilo
às lágrimas do crocodilo.
ouso cantar de galo, e no ato
apanho o mico e pago o pato;
sofro, caio, trombo me aleijo
... enquanto a vaca vai pr’o brejo.

Engulo mosca além da conta,
Giro como barata tonta,
e na hora em que a porca torce o rabo,
que vem a ser, ao fim e ao cabo,

a mesma em que a onça bebe água,
atraio a porca e a onça, afago-as,
apresso-me a fugir de esguela
... mas fica a pulga atrás da orelha.

Ouço um tropel. O chão sacode.
Lá vêm: expiatórios bodes,
criadas cobras, negras ovelhas,
vacas de presépio em parelha,
espíritos de porco em revoada...
Ganho montaria pr’a escapada:
é cavalo dado, um presente

... mas não agüento e olho os dentes.

Pronto. Chega de estripolias.
Moral da história, exata e fria:
não fosse a bicharada amiga,

como expor as muitas intrigas,
as peripécias e as dissídias
que fazem parte desta vida?
Dito o quê, repouso das canseiras
... pensando na morte da bezerra.

(Retirado, ipsis literis, da piauí)

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6.7.07

Fim de semana! Fim de semana!

Sobre o artista
Antônio Carlos Nicolielo nasceu na cidade paulista de Nova Europa, em 1948, e hoje mora em Três Rios, MS. Começou sua atividade profissional em Bauru - onde estudou Direito - tendo sido chargista político dos jornais Folha do Povo, Jornal da Cidade e Diário de Bauru. Em 1970, foi para São Paulo, contratado como chargista político dos jornais Diário de São Paulo e Diário da Noite. Foi ilustrador e capista da revista Visão, ao mesmo tempo em que ilustrava Status e Viaje Bem. Foi premiado na Bulgária e escolhido, em 1985, por uma comissão editorial européia, como um dos mais importantes caricaturistas do mundo, juntamente com Millôr Fernandes. Foi chargista e ilustrador da Folha de São Paulo e Folha da Tarde de 1985 a 1992. Tem obras no Museum of History em Bonn, Alemanha; House of Humor de Gabrovo, Bulgária; Museum of American Life - Hartford, Estados Unidos; Museum of Cairo - Egito; Museo do Humor de Galícia - Espanha. Em 2005, expôs seus trabalhos na Galeria Lafayette, em Paris, na França, durante o “Ano Brasileiro na França”. É artista contratado do Cartoonist & Writers Syndicate e New York Times Syndicate, que distribuem seus trabalhos para mais de 150 jornais no mundo todo. É também colaborador do jornal The New York Times.

Quando fala de seu trabalho, Nicolielo cita Nietzsche ao dizer que “a arte é um consolo metafísico para a existência. Ela é a grande possibilitadora da vida, da vitória do homem sobre a crueldade do mundo”.

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28.6.07

Era Doce

Acontece em São Paulo uma exposição que me chamou a atenção: Laerte Agnelli, artista e diretor de arte, paulistano do bairro Ipiranga, inspirou-se no passado para pintar cenas da cidade.

Essa imagem ao lado, me fez lembrar de minha mãe contando de quando era menina e que ela e minha vó, com suas amigas, saíam daqui do "interior" para ir até o Mappin tomar o chá das cinco e assistir a desfiles. Bons tempos, e bem diferentes, aqueles...

Além desses 12 trabalhos realizados com inspiração de uma outra época, o artista fez ainda 40 guaches, em discos de vinil.

A terra da garoa inspira! E a exposição, ainda por cima, é gratuita! Até dia 20 de julho. Saiba mais aqui!

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8.6.07

Bons conselhos




"Don't wait too long" de Madeline Peyroux: a música é uma aula pra viver!

You can cry a million tears
You can wait a million years
If you think that time will change your ways
Don't wait to long

When your morning turns to night
Who'll be loving you by candlelight
If you think that time will change your ways
Don't wait to long

Maybe I got a lot to learn
Time can slip away
Sometimes you got to lose it all
Before you find your way

Take a chance, play your part
Make romance, it might brake your heart
But if you think that time will change your ways
Don't wait to long

It may rain, it may shine
Love will age like fine red wine
But if you think that time will change your ways
Don't wait to long

Maybe you and I got a lot to learn
Don't waist another day
Maybe you got to lose it all
Before you find your way

Take a chance, play your part
Make romance, it might brake your heart
But if you think that time will change your ways
Don't wait to long
Don't wait
Hmm... Don't wait

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13.5.07

"Que beleza, uh! Monobloco!"

A Ju, minha amiga companheira — nos curso de francês, nas viagens surgidas do nada, nas baladas e nas cervejinhas, nas histórias da faculdade — não podia ter me dado um presente melhor de aniversário: o CD do Monobloco. Desde o dia 9, o CD não parou mais de tocar no som do meu carro!

Tem toda uma história por trás desse presente. Já conhecíamos, de ouvir falar e por ouvir alguma coisa, essa banda show de bola. No ano passado, calhou de irmos à festa da "Saideira", da cerveja Bohemia, em São Paulo (o que também compensa cada centavo investido: foi no Moinho Santo Antônio e foi mais do que animal! Esse ano tem repeteco, se Deus quiser!) e quem estava tocando lá? Além de outras bandas de samba e MPB, o MONOBLOCO!

Surtamos de tanto dançar e foi muuuito bom!
Nessa época, Sérgio Lorosa (o que está participando da "Dança dos Famosos" do Faustão agora, mas que é mais conhecido como "Seu Figueirinha", por causa do papel que faz na série "A Diarista") já não estava mais cantando constantemente com a banda. Maaaas, Pedro Luís, outro cara fantástico, da banda Pedro Luís e a Parede, estava lá, dando o show à parte com o Monobloco, que ele mesmo criou, em 2000. No CD, tem os dois e mais participações especiais de Lenine, Fernanda Abreu, e por aí vai....

O Monobloco é uma escola de percussão, tocando samba, com todos os instrumentos do estilo musical. São vários cantores e são vários músicos, que aprendem e tocam, junto com seus professores, músicas conhecidas, da MPB em geral, mas que sempre têm como fundo o som forte da percussão, fazendo a gente cantar todas as músicas (porque são conhecidas) e dançar mais ainda (porque a batida é estimulante). Nada mais brasileiro, nada mais sociabilizante, nada mais dançante.

A oficina é no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro.
Mas o CD pode andar o Brasil todo sempre. E não sai mais do meu som. E assim que houver oportunidade de show por aqui, eu não perco!

O Monobloco é muuuito bom de ouvir, de dançar, de se tornar fã do projeto social que ele é!

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11.5.07

Leonardo da Vinci viu muito além do seu tempo

“Existem três classes de pessoas: aquelas que vêem, aquelas que vêem quando lhes é mostrado, e aquelas que não vêem.” *

Nesse tempo de muito trabalho que passamos em São Paulo, a única coisa que deu pra fazer foi visitar a exposição sobre as inven
ções de Leonardo da Vinci. E que invenções!

Quando a gente pára pra pensar que na época dele, não havia tecnologia nenhuma para ele imaginar e criar desenhos de um helicóptero, de asas-delta, de um escafandro, de pontes móveis e muito mais, a única coisa que me pergunto é: o que ele faria nos dias de hoje com um computador em mãos?

“A simplicidade é a sofisticação máxima.” *

Da Vinci estudou o corpo humano dissecando dezenas de corpos. E desenhou tudo isso: o feio e o bonito; os jovens e os velhos. O homem vitruviano (essa imagem tão conhecida, que mostra as proporções exatas do corpo humano), que foi idealizado pelo arquiteto Vitrúvio e desenhado por Leonardo em 1490, é um exemplo da busca pelo perfeito do artista, cientista, engenheiro, arquiteto — enfim, profissional multimídia. Ele usava as mesmas proporções para fazer seus desenhos — a tão famosa Mona Lisa segue esse princípio.

Mas, como uma pessoa multi, muitas das suas obras e muitos de seus projetos não foram acabados: Da Vinci já estava pensando em outra coisa a fazer e deixava tudo para trás para buscar novas invenções. Só pode ter sido uma pessoa extremamente ativa e curiosa, pois ele não só pintava, desenhava ou esculpia, mas descobria tudo na prática, com a mão na massa.

“O mais nobre prazer é a alegria de compreender.” *

Ele ainda estudou mecanismos para relógios, criou muitos instrumentos bélicos (como a catapulta) — alguns catastróficos —, e o melhor: inventou vários instrumentos musicais completamente diferentes do convencional, como um piano em que você pode carregá-lo e tocá-lo ao mesmo tempo.

Vinci, situada na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre Florença e Pisa, era o nome da cidade em que Leonardo nasceu, segundo os textos da exposição.

A maior coincidência foi que estivemos na exposição no dia 2 de maio, quando fazia exatamente 488 anos que ele havia morrido no Castelo de Cloux, na França. Foi enterrado na Igreja de São Florentino, mas seus restos mortais se perderam durante as guerras religiosas.

O cara era “o cara”! Quem dera ter metade da visão de mundo que ele teve – e nem tinha Internet pra pesquisar, hein!?

“Assim como o dia bem empregado traz o bom sono, também uma vida bem empregada traz uma boa morte.” *

*frases de Leonardo da Vinci.

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8.5.07

Dez coisas para refletir

"Dez coisas que aprendi com o passar tempo. Dez coisas que levei anos para aprender "
(Por Luís Fernando Veríssimo)

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção. Nunca falha.)
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

(Recebi pelo Orkut. Concordo em gênero, número e grau com tudo que ele levou tempos para aprender - na verdade, acho que levou tempo para assimilar, já que a gente sabe de tudo isso mesmo sem saber ou querer saber...)

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22.4.07

Mais poesia em São Paulo

O Museu da Língua Portuguesa começa na terça-feira uma exposição sobre Clarice Lispector - ucraniana, que veio para o Brasil ainda bebê, e que soube muito bem fazer o uso da palavra brasileira.

Já faz 30 anos de sua morte e também são 30 anos desde o lançamento de seu livro mais conhecido: A Hora da Estrela. Segundo matéria do Estadão, no museu, à distância, o que se destaca é o rosto de Clarice Lispector, enorme, lindo, enigmático. Ao se aproximar, o visitante vai descobrir que a imagem está impressa em filó preto, que revela, olhando bem de perto, frases da escritora.

A estréia oficial de Clarice Lispector na literatura ocorreu em 1943, quando, aos 23 anos, ela teve publicado Perto do Coração Selvagem, romance que inaugurou uma nova linguagem nas letras brasileiras, na trilha de Virginia Woolf. Mas seu nome já circulava fazia tempo, especialmente na imprensa, que publicou 16 contos, além de outros nunca editados. Em pouco tempo, Clarice estabeleceu novos parâmetros para a literatura brasileira.

Além da exposição, que fica em cartaz até o dia 2 de setembro, Clarice será também lembrada por um site oficial. A matéria do G1 também está bem legal e completa!

"Eu escrevo simples, eu não enfeito" - diz Clarice Lispector.
Como estarei em São Paulo essa semana, vou fazer de tudo pra dar tempo de ir fazer uma visita à exposição: com certeza ela trará muita inspiração para este blog! ;)

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PARA SER GRANDE, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

(Ricardo Reis, "vulgo" Fernando Pessoa)

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